DEPRESSÃO E DESEMPENHO FUNCIONAL EM PESSOAS IDOSAS INSTITUCIONALIZADAS
Resumo
Introdução: O processo inerente ao envelhecimento humano desperta atenção por apontar declínios psicofísicos progressivos, tais como desempenho funcional e sintomas depressivos, os quais podem interferir nas Atividades Básicas de Vida Diária da pessoa idosa institucionalizada. Objetivo: analisar a associação entre depressão e desempenho funcional em pessoas idosas institucionalizadas. Métodos: Estudo transversal com abordagem quantitativa, sendo utilizados com instrumentos a Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa, Escala de Funcionalidade de Barthel e Escala de Depressão em Geriatria (GDS-15). Resultados: A amostra final foi de 223 pessoas idosas residentes em Instituições de Longa Permanência no município de Natal/RN. Do total da amostra, observa-se a presença de depressão com maior prevalência no sexo feminino (48,4%); na faixa etária dos 80 anos ou mais (49,8%); raça não branca (38,1%) e com nível de escolaridade alfabetizado (35,4%). Em todos os domínios das Atividades Básicas de Vida Diária foi observada a prevalência de níveis de dependência associados à depressão, principalmente para a dependência funcional ao uso do vaso sanitário (63,3%), subir escadas (58,8%) e transferência da cama-cadeira (50,9%). Conclusão: A prevalência de sintomas depressivos e incapacidade funcional nos idosos institucionalizados estudados foi de 63,2% e 90,2%, respectivamente. Verificou-se com o estudo que quanto maior for o nível de dependência para as Atividades Básicas de Vida Diária, menor será o nível de desempenho funcional e maior será a chance de se desenvolverem sintomas relacionados com a depressão. Assim, o estudo obteve êxito quanto ao seu objetivo, pois evidenciou que a institucionalização conduz a menor funcionalidade e maior quadro depressivo. Palavras-chave: Saúde do Idoso; Depressão; Instituição de Longa Permanência para Idosos; Desempenho Físico Funcional; Serviços de Saúde.
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