Cidades e Regiões Digitais e e-Inclusão: Alguns contributos do Projeto Évora Distrito Digital

Resumo

Foi há cerca de uma década que se celebrou o “Ano Europeu para a Igualdade de Oportunidades para Todos – Por uma Sociedade Justa” (em 2007) e passou quase duas décadas desde que foi publicado o Livro Verde para a Sociedade da Informação (em 1997) na sequência das reflexões que a Europa e Portugal vinham a fazer na área das TIC e da “Sociedade da Informação” e que deram origem a várias políticas públicas, medidas e projetos que, desde então e sobretudo após a Cimeira de Lisboa (em 2000) se desenvolveram na Europa, com o objetivo de alcançar esse grande (e utópico?) desígnio de, até 2010, através das tecnologias da informação e comunicação (TIC), tornar a Europa no espaço mais competitivo do mundo, e com elevada coesão social.

Hoje, os estados europeus mantém-se profundamente desiguais em termos de infraestruturas e usos das TIC, situação comprovada em inúmeros relatórios produzidos no seio de instâncias europeias e internacionais. Podemos, pois, questionar se: a) o desenvolvimento da sociedade da informação contribui efetivamente para reduzir ou, antes, reforçar as desigualdades sociais e culturais? B) poderão as TIC, os serviços em linha (on line), as aplicações da realidade virtual e da realidade aumentada ser colocados ao serviço de políticas públicas que favoreçam a inclusão social?; e, c) que fazem ou podem ainda fazer as cidades e as regiões, em suma, os territórios para evitarem ou diminuírem a “divisão digital” e para promoverem e valorizarem a e-Inclusão?

Neste texto procuramos apresentar alguns contributos que ajudem a responder a estas questões, mostrando, com um olhar retrospetivo, como um dos projetos de cidades e regiões digitais portugueses mais reconhecido e distinguido por várias entidades – o Évora Distrito Digital – procurou responder aos problemas identificados, numa escala distrital.