CAPACITAR O CUIDADOR INFORMAL NO DECORRER DA PRESTAÇÃO DE CUIDADOS NO DOMICÍLIO

Marisa Isabel Madeira, Edgar Duarte Canais, Susana Pedro Saruga

Resumo


Portugal é um dos países mais envelhecidos da Europa e do Mundo, em que as pessoas idosas, apresentam elevada carga de doença e dependência. Necessitando de apoio de um Cuidador Informal, sendo na sua globalidade familiares, que não estão preparados para prestarem este tipo de cuidados. O Cuidador Informal confronta-se com a realidade do desempenho do papel, sendo um processo complexo que acarreta mudanças no quotidiano e na saúde do mesmo, que pode originar sobrecarga e exaustão.  Objetivos: Diminuir a sobrecarga do Cuidador Informal e capacitá-lo para prestar cuidados adequados às pessoas idosas, que são admitidos na Equipa de Cuidados Continuados Integrados de uma Unidade de Cuidados na Comunidade no Alentejo Central. Métodos: Metodologia do Planeamento em Saúde. Foram aplicadas 11 escalas e questionários de caracterização do Cuidador Informal e analisados com recurso ao Software Microsoft Excel. Todos os procedimentos, estão de acordo com a componente ético-legal da pesquisa com seres humanos. Resultados: Os Cuidadores Informais apresentam sobrecarga intensa 27,3% e sobrecarga ligeira 54,5%, mas também foram encontrados Cuidadores sem sobrecarga 18,2%. As principais necessidades de aprendizagem dos Cuidadores Informais são primeiramente a prevenção de quedas, e igualmente o levante/transferências e prevenção de úlceras por pressão. Conclusão: Verifica-se que os Cuidadores Informais têm sobrecarga elevada e necessitam dos profissionais de saúde, nomeadamente por apresentarem deficits de conhecimento e competências práticas que lhe permita satisfazer as necessidades da pessoa dependente. Descritores: Cuidador; Sobrecarga do cuidador; Pessoa idosa.


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DOI: http://dx.doi.org/10.24902/r.riase.2022.8(2).544.241-257

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