O ENVELHECER CONTEMPORÂNEO: ÔNUS OU BÔNUS? A QUESTÃO DA “MELHOR IDADE”

Maria Lucia do Carmo Cruz Robazzi, José Vitor Silva, Fábio de Souza Terra, Maria Adelaide Silva Paredes Moreira, Maria do Socorro Costa Feitosa Alves, Wendy Chrystyan Medeiros Sousa, Cassandra Alves de Oliveira Silva

Resumo


 

Introdução: Várias são as denominações atribuídas ao envelhecimento, incluindo-se algumas depreciativas; objetivou-se, então, identificar essas denominações e analisar o ônus e o bônus do envelhecer. Método: Foi adotado o método teórico-reflexivo; a busca dos artigos/textos foi realizada em bases de dados e bibliotecas virtuais; os descritores foram extraídos do Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e do Medical Subject Headings (MeSH). Após a seleção dos textos publicados, procedeu-se a construção do artigo, sendo identificados cinco pontos norteadores/categorias para apoiar esse texto teórico-reflexivo. Resultados: Os pontos norteadores: o envelhecimento, denominações atribuídas ao envelhecimento, a pessoa idosa e o mundo do trabalho, as alterações de saúde no envelhecimento e a expressão “melhor idade” foram apreciados e considerados. Conclusão: O termo “melhor idade” para a pessoa idosa é uma falácia; urge que novas conceções e ideologias, sejam vislumbradas de forma diferenciada. As pessoas idosas precisam ser visualizadas e conceituadas na sociedade, não de forma bizarra ou jocosa, mas sim, considerando-se todo o seu potencial desenvolvido ao longo dos anos. Descritores: Envelhecimento; Envelhecimento Saudável; Idoso; Saúde do Idoso.


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DOI: http://dx.doi.org/10.24902/r.riase.2022.8(1).539.141-157

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