A Pandemia e as novas comunidades de prática informais: o caso das escolas – uma reflexão

Maria da Graça Viegas

Resumo


Resumo

A situação vivenciada por todos nós, emergente da pandemia que enfrentamos e que a todos obriga a uma reflexão pessoal, aguça igualmente a nossa reflexividade e a curiosidade sociológica, quando o nosso objeto social somos nós mesmos, o nosso contexto real de ação e os nossos grupos de pares, quando vivenciamos uma alteração da praxis quotidiana, fruto de uma alocação externa. Face a esta ação impositiva externa, que tem um contorno inovador, a total adesão por parte daqueles que fruto do medo e/ou vontade de proteção aderem voluntariamente a uma alteração das práticas docentes, diversas, mas assentes num pilar comum, a interação docentes/alunos e alunos/alunos, alterando todo o seu desempenho e relação presencial, substituída pela intermediação tecnológica, faz surgir aquilo que aqui denomino de “comunidades de práticas informais”.

Enquanto docente ter presenciado e participado na construção dessas comunidades de prática, com as suas limitações e constrangimentos, mas também com práticas colaborativas e cooperativas emergentes, resultou na presente reflexão, que pretende constituir-se como um contributo na análise dos inúmeros impactos da pandemia, apontando algumas interrogações do real em que importa refletir.

Palavras-Chave: pandemia, comunidades de prática, interações, partilha, aprendizagens.

The pandemic and new communities of informal practice: the case of schools – a reflection

Abstract

The situation we all have to face arisen from a pandemic, leads us to reflect as person and also as scientist, especially when our social object is ourselves, our real context and our groups of peers, when we experience a change in daily practice as the result of an external allocation. This external and innovative imposing action has total adherence of those who, as a result of fear and / or desire for protection, voluntarily adhere to a change in teaching practices, which are diverse, but based on a common pillar, the interaction between teach-ers / students and students / students, changing all their performance and face-to-face relationship, replaced by technological intermediation, gives rise to what I call “communities of informal practices”.

As a teacher having witnessed and participated in the construction of these communities of practice, with their limitations and constraints, but also with emerging collaborative and cooperative practices, it resulted in this reflection, which aims to constitute itself as a contribution in the analysis of the numerous impacts of the pandemic, pointing out some questions of the real in which it is important to reflect.

Key-words: pandemic, communities of practice, interactions, sharing, apprenticeships.


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